A Polícia Federal (PF) revelou, no novo indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que ele transferiu R$ 2 milhões para a conta de sua esposa, Michelle Bolsonaro, um dia antes de prestar depoimento sobre a atuação de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, nos Estados Unidos. O objetivo da ação, segundo a PF, seria apoiar financeiramente Eduardo na busca por sanções americanas contra o Brasil.
De acordo com o relatório, Bolsonaro omitiu a transferência à Polícia Federal. Ele já havia confirmado publicamente o repasse de outros R$ 2 milhões para custear a estadia de Eduardo no exterior.
Atuação “deliberada” e pressão estrangeira
A PF concluiu que o ex-presidente agiu de forma “deliberada” para apoiar as ações do filho, que, desde o início de 2025, busca promover medidas de retaliação do governo dos EUA contra o Brasil e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação aponta que a transferência de valores visava “evitar possíveis medidas judiciais” que pudessem limitar o apoio financeiro a Eduardo.
Nos últimos meses, o governo americano de Donald Trump anunciou uma série de ações contra o Brasil, como o aumento de tarifas sobre produtos e sanções financeiras contra o ministro Alexandre de Moraes pela Lei Magnitsky.
Eduardo Bolsonaro se licenciou do mandato em março e se mudou para os EUA, alegando perseguição política. O deputado também é alvo de um pedido de cassação de seu mandato, encaminhado à Comissão de Ética da Câmara pela presidência da Casa.

