O Banco Central (BC) decidiu vetar a compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB). A operação, que estava em análise desde março e era a última etapa regulatória, não foi autorizada pelo BC, que informou a decisão ao BRB na noite desta quarta-feira (3).
Em um comunicado de fato relevante aos investidores, o BRB informou que o BC “indeferiu o requerimento” para a aquisição de 49% das ações ordinárias e 100% das ações preferenciais do Banco Master. O BRB solicitou acesso à íntegra da decisão para avaliar os fundamentos do veto e as possíveis alternativas.
Negócio polêmico e impacto nas ações
Desde que foi anunciado há seis meses, o negócio, avaliado em R$ 2 bilhões, gerou polêmica no mercado. O Banco Master é conhecido por sua política agressiva de captação, oferecendo rendimentos muito acima da média do mercado, chegando a 140% do CDI. A instituição também enfrenta desconfiança por não ter divulgado seu balanço de dezembro do ano passado e por ter tido uma recente emissão de títulos em dólar sem sucesso.
Recentemente, o BTG Pactual chegou a oferecer apenas R$ 1 para assumir o controle do Master e seu passivo, mas o negócio não seguiu adiante por falta de acordo entre os bancos que sustentam o Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
Apesar da controvérsia, as ações do BRB na Bolsa de Valores (B3) valorizaram cerca de 23% desde o anúncio da operação. O banco reitera que a transação representava uma “oportunidade estratégica com potencial de geração de valor para o BRB, seus clientes, o Distrito Federal e o Sistema Financeiro Nacional”.

