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cultura

Peça no DF aproxima diferentes públicos do teatro com sessões inclusivas

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Foto/Imagem: Geovana Albuquerque
Autor: Thaís Umbelino

Entre sons que retratam o cotidiano de uma casa e palavras que atravessam o tempo, estudantes da rede pública do Distrito Federal e frequentadores da Biblioteca Braille Dorina Nowill, de Taguatinga, assistiram a um clássico da dramaturgia nacional no Teatro Sesi de Taguatinga, nessa segunda-feira (19). Com sessões acessíveis e inclusivas, o espetáculo Há Vagas para Moças de Fino Trato – Experimento Final, de Alcione Araújo, propõe reflexões sobre a condição humana e reforça o direito ao acesso à cultura.

A peça tem três personagens com perfis distintos e leva o público para dentro da encenação. “É uma interpretação muito cotidiana, ambientada dentro de uma casa”, explica o diretor da peça, Cléber Lopes. Para isso, são utilizados efeitos sonoros, visuais, iluminação e recursos de acessibilidade, como audiodescrição.

Há mais de 20 anos em contato com a obra, Cléber, que também é educador, escolheu apresentá-la como experimento final de seu projeto, com foco na formação de plateias e na inclusão. “A tentativa é de que o espaço seja acessível para todas as pessoas e que elas consigam entrar, assistir, assimilar, aproveitar, sair como todas as pessoas. Porque isso é obrigação da sociedade”, destaca o diretor.

O projeto é realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec-DF), com investimento de R$ 200 mil.

Acesso e inclusão

A aposentada Fátima da Conceição diz que a peça é uma oportunidade de acesso à arte


A montagem conta com sonorização assinada pelo renomado sonoplasta lisbonense João Lucas. Utilizando a técnica de quadrifonia ambiental, a encenação simula em tempo real sons típicos de uma residência – como o percurso da água pelos encanamentos – e inclui trilhas poéticas que ampliam o sentido da narrativa. Sessões com audiodescrição foram organizadas especialmente para os frequentadores da Biblioteca Braille de Taguatinga.

Para a aposentada Fátima da Conceição, de 68 anos, que tem deficiência visual, a experiência representa uma oportunidade de acesso à arte e ao conhecimento. “Além dessa e de outras peças, acho muito interessante, porque a gente se inteira mais, conhece as obras e os espetáculos. É informação e cultura”, afirma.

A tentativa é de que o espaço seja acessível para todas as pessoas e que elas consigam entrar, assistir, assimilar, aproveitar, sair como todas as pessoas. Porque isso é obrigação da sociedade”, afirma o diretor Cléber Lope


Já o aluno do Centro de Ensino Médio de Taguatinga Norte, Vitor Vinicius Silva, 16, acredita que ter acesso à arte é uma forma de diversificar a educação. “Oferecer atividades diferentes, principalmente para a gente do ensino integral, é muito importante, para tornar o ensino mais atraente”, opina.

Além disso, o jovem observa que o contato com o teatro amplia os conhecimentos culturais e serve de inspiração para novas iniciativas. “A gente está produzindo um sarau na escola e a obra pode servir de inspiração para a gente tentar reproduzir”, planeja.

Sobre a peça

Escrita em 1974, durante a ditadura militar, a peça é considerada a obra mais cultuada de Alcione e revela, com vigor e sensibilidade, os dilemas sociais, psicológicos e políticos da convivência humana.

O espetáculo é guiado pela vivência de três mulheres e propõe uma reflexão profunda sobre os papéis sociais, a memória, o feminino e as tensões de convivência, mantendo a atualidade do texto original e revelando sua força crítica e estética. As atrizes Carol Nemetala e Nalu Miranda retornam à montagem após 20 anos, ao lado de Rosanna Viegas. A peça convida o público a enxergar o espetáculo como um recorte da vida real, com suas contradições e sutilezas.

Próximas sessões

→ 20/5: 15h e 20h
→ 21/5: 10h, 15h e 20h
→ 22/5: 10h
→ 23/5: 15h.

cidadania

DPDF realiza a nona edição da Quarta do Cidadão

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Foto/Imagem: Divulgação/DPDF

A nona edição da Quarta do Cidadão, promovida pela Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF), ocorreu na quarta-feira (18), das 9h às 15h, na plataforma superior da Rodoviária do Plano Piloto. O projeto, que se consolidou como um ponto de cidadania e acolhimento em Brasília, teve como foco principal oferecer inclusão e apoio a homens em situação de vulnerabilidade.

Com o apoio de diversos parceiros, a iniciativa disponibilizou uma série de serviços gratuitos. Entre eles, estiveram atendimento jurídico, orientação sobre pensão alimentícia, reconhecimento de paternidade, e a realização de exames de DNA. Além disso, a ação ofereceu assistência social, serviços de saúde, corte de cabelo, encaminhamento profissional e distribuição de lanches. A cada edição, a DPDF buscou firmar mais parcerias para ampliar a gama de serviços oferecidos.

Um compromisso com a transformação social no DF

Desde sua primeira edição, realizada em agosto de 2024, a Quarta do Cidadão já contabilizou mais de 3,2 mil atendimentos, demonstrando o impacto positivo do projeto na vida da população do Distrito Federal.

Para o defensor público-geral, Celestino Chupel, a iniciativa refletiu o compromisso da DPDF com a transformação social. “O intuito foi garantir que todos tivessem acesso às oportunidades necessárias para uma vida digna, fortalecendo os laços familiares e comunitários e melhorando a saúde mental e emocional dos atendidos”, afirmou.

Celso Murilo de Britto, chefe da Assessoria Especial da DPDF e coordenador do evento, ressaltou a importância da Quarta do Cidadão para assegurar direitos básicos e promover a cidadania, especialmente para aqueles que tiveram dificuldade em acessar o Sistema de Justiça de outra maneira. “A cada edição, a Quarta do Cidadão reafirmou seu papel como espaço de transformação e acolhimento. Mais do que resolver demandas jurídicas, a iniciativa resgatou a dignidade, fortaleceu vínculos e contribuiu para a reintegração social de pessoas invisibilizadas pelo sistema”, explicou.

Histórias de superação e acesso a direitos

Entre os beneficiados por edições anteriores esteve Yuri Sousa, de 19 anos, morador do Areal, que participou em agosto de 2024 para fazer um exame de paternidade. “As dúvidas e as incertezas podiam causar desconforto emocional e psicológico para todos ao longo do tempo. Realizar o teste de paternidade foi um passo fundamental para assegurar os direitos e deveres do pai e da criança”, disse o lavador de carros.

Outro exemplo foi o peruano Juan Portal, de 55 anos, morador do Paranoá, que buscou apoio para regularizar sua documentação. Ambulante, ele enfrentava dificuldades para acessar serviços básicos sem os documentos necessários. “Trabalho todos os dias para me sustentar, mas sem documentos, tudo fica mais difícil. Não conseguia abrir conta em banco, nem ter acesso a benefícios que poderiam me ajudar. Após o atendimento, finalmente resolvi a minha situação e tenho mais segurança para seguir em frente”, comemorou.

Os serviços oferecidos na Quarta do Cidadão foram essenciais para promover a cidadania e a inclusão social no Distrito Federal, abrangendo desde orientações para trabalhadores desempregados até serviços de saúde como testes de glicemia, vacinação e exames de vista.

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SEGURANÇA

Pai agride criança em festa junina de Vicente Pires e é detido

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Foto/Imagem: Reprodução

Um homem de 41 anos foi detido no último domingo, dia 15, após agredir um menino de 4 anos durante uma festa junina em uma escola particular em Vicente Pires, Distrito Federal. O caso gerou grande repercussão e levantou um debate sobre violência e segurança em ambientes escolares.

O analista de sistemas Douglas Filipe Parisio Lima foi conduzido à delegacia, mas liberado após o registro de um termo circunstanciado. A defesa do agressor alegou que ele interveio porque a criança de 4 anos estaria praticando bullying contra seu filho, e que, momentos antes, havia enfiado o dedo no olho do colega.

De acordo com a defesa, Lima observava a apresentação da turma de seu filho no palco da festa quando viu o menino de 4 anos agredir o olho de seu filho. Ele, então, subiu no palco, derrubou a criança e a segurou pelo pescoço. A situação escalou quando diversos adultos intervieram, e uma policial presente no evento deu voz de prisão a Lima, que reagiu agredindo a agente com um tapa no rosto.

Escola repudia agressão e contesta justificativa

O Colégio Liceu, onde ocorreu o incidente, emitiu uma nota condenando veementemente a agressão. A escola afirmou que a professora responsável estava mediando o atrito entre as duas crianças no momento do ocorrido. “O que ocorreu no dia da Festa Junina foi um desentendimento pontual entre as duas crianças durante a dança. A situação foi percebida pela professora que conduzia a apresentação no palco e que prontamente iniciou a mediação. No entanto, antes que pudesse intervir por completo, o próprio pai agiu de forma abrupta e violenta, agredindo fisicamente a criança, como se verifica pelos vídeos amplamente divulgados nas redes sociais”, declarou a instituição.

A escola também refutou a justificativa da agressão, classificando-a como “inaceitável e revoltante”. Segundo a nota, a família do agressor procurou a coordenação pedagógica apenas uma vez para tratar da convivência entre os colegas, há menos de um mês. “Assim que esse fato chegou ao nosso conhecimento, a escola tomou todas as providências cabíveis: comunicou imediatamente a outra família, que respondeu com prontidão e parceria, além de implementar medidas pedagógicas para garantir um ambiente ainda mais seguro e harmonioso para os alunos. Desde então, a convivência entre as crianças seguiu de forma tranquila e sem qualquer novo episódio”, afirmou o texto.

Apesar da justificativa da defesa de que seu filho sofria bullying e agressões físicas da vítima desde o início do ano, Lima reconheceu ter errado, está envergonhado e pediu desculpas à criança e à sua família. O caso está sendo investigado pela 8ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal.

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