back to top
24 C
Brasilia
sábado, 6 dezembro 2025, 00:43:34
Publicidade
Publicidade

Peçonha de Vespas pode tratar Alzheimer e Parkinson

Publicado em:

Reporter: Jeferson Nunes

Notícias relacionadas

Consumo de álcool em excesso representa risco ao coração

Festas de fim de ano e férias são consideradas...

Número de gestantes com HIV no Brasil aumenta 37% em dez anos

O número de grávidas com HIV no Brasil vem...

Ministério da Saúde ampliou em 39% o número de leitos de UTI

O Ministério da Saúde ampliou em 39% o número...

Secretaria de Saúde recebeu 15 mil doses da vacina Pentavalente

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal recebeu 15...

Saiba como evitar as 6 doenças de pele mais frequentes no verão

Sol, praia, piscina e calor... muito calor! No verão,...
Publicidade

Moléculas encontradas na peçonha de vespas sociais estão no centro de uma promissora pesquisa da Universidade de Brasília (UnB) para desenvolver novos tratamentos contra doenças neurodegenerativas como Alzheimer, Parkinson e Epilepsia. O projeto, coordenado pela professora Márcia Renata Mortari (vencedora do Prêmio FAPDF), utiliza abordagens bioinspiradas e nanotecnologia para criar fármacos mais eficazes e seguros.

As doenças neurodegenerativas representam um grande desafio de saúde pública, pois são condições progressivas sem cura definitiva.

Da natureza à nanotecnologia

A pesquisa parte da observação de que vespas, como a espécie Polybia occidentalis, usam seu veneno para paralisar presas, indicando a presença de compostos neuroativos. A equipe da UnB isolou e purificou esses compostos, focando em peptídeos — pequenas cadeias de aminoácidos que podem interagir de forma seletiva com o sistema nervoso.

Para garantir que esses peptídeos atinjam o cérebro, superando a barreira hematoencefálica, os pesquisadores integraram a nanotecnologia. Eles desenvolveram nanossistemas de liberação que:

  • Protegem os peptídeos contra a degradação.
  • Aumentam a estabilidade e a solubilidade.
  • Favorecem a chegada ao cérebro, inclusive por administração intranasal (via de acesso mais direto).

Peptídeos inovadores e resultados expressivos

Três peptídeos bioinspirados apresentaram resultados significativos em estudos experimentais:

  • Neurovespina: Investigada pelo potencial antiepiléptico e neuroprotetor. Já está em ensaios clínicos em cães com epilepsia refratária, em parceria com o Hospital Veterinário (HVet) do DF.
  • Fraternina: Demonstra atividade neuroprotetora promissora em modelos de Doença de Parkinson, atuando em áreas como a substância negra.
  • Octovespina: Capaz de interferir na agregação de beta-amiloide, a proteína associada ao desenvolvimento do Alzheimer.

A Neurovespina nanoencapsulada, por exemplo, demonstrou a mesma eficácia da substância livre e manteve a redução das crises epilépticas em longo prazo com apenas uma dose diária intranasal.

Impacto no DF e no setor de saúde

O projeto, apoiado pela FAPDF e CNPq (via Pronem), é conduzido por uma equipe multidisciplinar (neurocientistas, farmacologistas, nanotecnologistas) e utiliza métodos de avaliação de segurança (in vitro, in vivo e bioinformática) para prever riscos e garantir a qualidade do futuro fármaco.

O estudo posiciona o Distrito Federal no cenário da biotecnologia baseada em peptídeos, com potencial para gerar inovação, patentes e formação de recursos humanos especializados. A aplicação dos resultados pode transformar o manejo de doenças neurológicas refratárias, reduzindo a frequência de crises, melhorando a autonomia e a qualidade de vida de pacientes humanos e animais.

Newsletter

- Assine nossa newsletter

- Receba nossas principais notícias

Publicidade
Publicidade

DEIXE UM COMENTÁRIO

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.