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sábado, 6 dezembro 2025, 10:26:59
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Rede Feminina espalha amor e acolhimento no Hospital de Base

Publicado em:

Repórter: Paulo Andrade

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No Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), há um tipo de cuidado que não vem de medicamento, nem depende de equipamento. Ele nasce de mãos que apoiam, olhos que escutam e palavras que acolhem. É o cuidado que veste amor, e nele a Rede Feminina de Combate ao Câncer (RFCC) é um farol diário, daqueles que iluminam até nos dias mais difíceis.

Humanizar, no HBDF, virou hábito. Um gesto que se repete todos os dias da semana — inclusive aos domingos — graças aos voluntários que escolheram transformar dor em encontro e solidão em companhia. Administrada pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IgesDF), a unidade conta com grupos que atuam como extensão do coração do hospital. E, entre eles, a Rede Feminina pulsa com uma intensidade única.

Um exército de amor que atua todos os dias

A Rede Feminina de Combate ao Câncer reúne dezenas de voluntárias e voluntários que chegam cedo, organizam materiais, se dividem em salas, acolhem pacientes e familiares e, com carinho, mudam o ambiente do hospital. A rede atua com massagens relaxantes, cortes de cabelo, barbas feitas com cuidado, lanches, muita música boa e uma atenção que vai muito além do gesto imediato. Elas enxugam lágrimas, seguram mãos trêmulas, rezam quando pedem, cantam quando é preciso e, principalmente, provocam sorrisos que há dias não apareciam.

Esses sorrisos, aliás, são quase uma marca registrada da Rede Feminina. Para quem convive diariamente com diagnósticos difíceis, ter alguém ao lado, olhando nos olhos e perguntando: “Como você está hoje?” já é um tipo de cura que não cabe em prontuário.

A força que multiplica histórias

Ao longo de 2025, as entidades que atuam no hospital — Associação de Amigos do Hospital de Base, Serviço Auxiliar de Voluntários (SAV), Rede Feminina de Combate ao Câncer (RFCC) e Movimento de Apoio ao Paciente com Câncer (MAC) — arrecadaram mais de 127 cadeiras de rodas, 5 mil cestas básicas, 100 mil lanches e cerca de 10 mil itens essenciais, como remédios, fraldas e materiais de higiene.
Mas, dentro da rede feminina, o impacto vai além da contagem de itens: ele se mede em encontros que mudam rumos.

Foi assim com Antonia Gonçalves Leite, que enfrentava um câncer de mama quando ouviu um violino ecoar pelo ambulatório em 2010. A música vinha de uma voluntária da RFCC. O gesto a tocou de tal forma que Antonia se tornou voluntária naquele mesmo dia. Diz que ali encontrou um tipo de cuidado que preencheu espaços vazios que o tratamento não alcançava. “Eu fui acolhida. Não queria só receber, queria doar também. O voluntariado transformou minha cura emocional e espiritual”, conta.

Legados que seguem vivos pelos corredores

A história se repete de outras formas. Monica Bezerra entrou no SAV por influência da mãe, Temis Lima, que oferecia reiki a pacientes. Monica assumiu o compromisso em 2008 e não largou mais. Prefere o contato direto com o paciente, a conversa olho no olho e o silêncio que, muitas vezes, fala mais. “O voluntariado traz uma paz profunda. É fazer o bem todos os dias”, afirma. Sua trajetória ainda inspirou a filha, Rafaela Sales, que também se juntou ao trabalho por alguns anos.

Há legados emocionantes, como o de Vera Lúcia Bezerra da Silva, a querida Verinha, que atuou na Rede Feminina por quase três décadas. Após sua morte em 2024, a filha, Larissa Bezerra, assumiu a responsabilidade, guiada pelo propósito materno. “No começo, foi difícil. Mas encontro forças na missão dela: ajudar o próximo”, afirma.

E há também encontros ao acaso, como o de Ivana Amaral, que descobriu o MAC ao observar desenhos de corações nos corredores enquanto acompanhava a filha médica. A curiosidade virou vocação: hoje, ela acolhe, escuta e oferece esperança a quem busca apenas uma conversa que alivie a alma.

Cuidar também transforma quem cuida

A enfermeira Vanessa Rocha, do próprio HBDF, conheceu o voluntariado quando entrou na loja da Associação de Amigos e encontrou doações desorganizadas. Ajudou no impulso — e ficou. Hoje dedica parte do intervalo de almoço ao grupo. “O voluntariado nos torna mais humanos. A convivência com tantas histórias nos faz olhar para o outro com mais delicadeza”, afirma.

Ao caminhar pelos corredores, é fácil perceber a presença dessa corrente do bem. Onde há uma cadeira de rodas recém-entregue, uma rede voluntária passou. Onde há um paciente sorrindo após semanas difíceis, alguém da Rede Feminina provavelmente esteve ali minutos antes. Onde há cheiro de café e pão quentinho chegando, há mãos que escolheram servir com amor.

É um trabalho que não pede reconhecimento. Mas merece.

Como participar ou contribuir

  • Rede Feminina de Combate ao Câncer (RFCC): Ramal 9178 (Atendimento) / Ramal 9277 (Acolhimento) / 3364-5467 (Administração).
  • Serviço Auxiliar de Voluntários (SAV): (61) 99982-6626
  • Associação de Amigos do Hospital de Base: 3550-8900, ramal 9031 / (61) 99659-0365
  • Movimento de Apoio ao Paciente com Câncer (MAC): 3550-9900, ramal 9029 / (61) 99219-3998

Porque, no fim das contas, voluntariado não é sobre tempo livre — é sobre priorizar o outro. E no HBDF, esse gesto tem nome, rosto e, muitas vezes, a camisa rosa da Rede Feminina, que segue sendo um dos braços mais sensíveis e atuantes dessa corrente de cuidado.

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