O mercado financeiro brasileiro teve um dia de forte volatilidade nesta terça-feira (19). O dólar subiu e a bolsa de valores caiu, reagindo às tensões diplomáticas e econômicas geradas pela aplicação da Lei Magnitsky dos Estados Unidos contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O dólar comercial encerrou o dia a R$ 5,499, uma alta de 1,19%. A moeda americana chegou a superar a marca de R$ 5,50 no pico do dia, atingindo o maior valor desde o início de agosto. A bolsa de valores também sofreu, com o índice Ibovespa registrando queda de 2,1%, a segunda maior do ano, e fechando a 134.432 pontos.
Ações de bancos puxam perdas em meio a incertezas
A queda da bolsa foi puxada principalmente por ações de bancos. O mercado ficou em dúvida sobre as possíveis sanções a instituições financeiras brasileiras que não aplicarem as restrições contra Moraes. Os bancos com filiais nos Estados Unidos foram os que mais registraram perdas.
A situação ocorre após o presidente dos EUA, Donald Trump, sancionar Moraes com base na Lei Magnitsky, que prevê punições a supostos violadores de direitos humanos. As sanções incluem o bloqueio de bens e a restrição de acesso a serviços financeiros americanos, como cartões de crédito.
Decisão de Flávio Dino busca proteger soberania
Em meio às tensões, o ministro Flávio Dino, do STF, publicou uma decisão importante. Embora não tenha citado a Lei Magnitsky, ele determinou que leis e decisões estrangeiras não podem ter efeito automático no Brasil sem a prévia análise e homologação da Justiça brasileira.
A medida de Dino busca proteger a soberania nacional e os cidadãos brasileiros de legislações externas, servindo como uma resposta indireta às sanções americanas. O ministro, no entanto, esclareceu que decisões de tribunais internacionais continuam vigorando no Brasil.

