Impulsionados por Brasil e Colômbia, os países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) devem assinar, nesta sexta-feira (22), um documento de apoio ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, da sigla em inglês). O novo mecanismo de financiamento, que será lançado na COP30 em Belém, busca captar até US$ 125 bilhões (cerca de R$ 680 bilhões) para a preservação de biomas florestais.
A declaração será referendada durante a nova edição da Cúpula da Amazônia, em Bogotá, na Colômbia. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará do encontro, que também contará com a presença do presidente colombiano Gustavo Petro.
“Será uma declaração com ênfase no tema da mudança do clima, mas ela também pretende fazer um balanço de todas as ações que foram implementadas desde a cúpula de Belém, em 2023”, explicou o embaixador João Marcelo Queiroz.
Investimento verde e remuneração por preservação
O Fundo Florestas Tropicais para Sempre funcionará como um investimento, não uma doação. Segundo o Ministério das Relações Exteriores (MRE), o mecanismo remunerará os países que conservarem suas florestas, pagando até US$ 4 por hectare. No caso do Brasil, essa remuneração poderia gerar aportes de mais de R$ 24 bilhões por ciclo de pagamento, um valor sete vezes maior que o orçamento anual do Ministério do Meio Ambiente.
O modelo é atrativo para investidores, que receberão uma taxa de retorno competitiva. Parte do lucro voltará para o investidor, e o excedente será direcionado aos países que comprovarem a preservação florestal. Além disso, 20% dos recursos do fundo serão repassados diretamente a comunidades indígenas e tradicionais, reconhecendo seu papel vital na preservação dos biomas.
A iniciativa, idealizada pelo Brasil, já conta com o apoio de nações como Noruega, Reino Unido, França e Emirados Árabes Unidos. O objetivo é criar um mecanismo global que una preservação ambiental e desenvolvimento sustentável, com a participação de países das bacias da Amazônia, do Congo (África) e do Mekong (Ásia).

