A cerca de 80 dias para a COP30 em Belém, o embaixador André Corrêa do Lago, presidente designado da conferência, fez um alerta: aproximadamente 80% dos 197 países signatários do Acordo de Paris ainda não atualizaram suas metas de redução de gases do efeito estufa, as chamadas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs).
Em sua sexta carta à comunidade internacional, o diplomata destacou a importância de as nações apresentarem suas novas NDCs a tempo para serem incluídas no relatório de síntese da COP30. O documento reforça que o cumprimento das metas é uma demonstração de compromisso com o multilateralismo e com os objetivos do acordo.
O Acordo de Paris, que completa dez anos em 2025, tem como objetivo limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Para alcançar essa meta até 2035, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) aponta a necessidade de uma redução de 57% nas emissões.
Consultas antecipadas para destravar negociações
Para acelerar os avanços, a presidência da COP30 anunciou a antecipação das consultas sobre temas centrais da conferência, uma prática que tradicionalmente ocorre apenas na segunda semana do evento. “Nenhuma ação é demonstração mais forte de compromisso com o multilateralismo e com o regime climático do que as NDCs que nossos países apresentam como determinação nacional de contribuir para o Acordo de Paris”, escreveu o diplomata.
As consultas serão realizadas em sessões preliminares online e em dois encontros presenciais: um em Nova York (25 de setembro) e outro em Brasília (15 de outubro), após a reunião ministerial da Pré-COP. Segundo Corrêa do Lago, essa estratégia busca resolver impasses e garantir que as prioridades dos países sejam discutidas de forma transparente e inclusiva antes do evento principal.
A expectativa é que grande parte das nações que ainda não o fizeram apresentem suas NDCs em um evento específico, no dia 24 de setembro, durante a Assembleia Geral da ONU em Nova York.

