O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu ao Ministério da Justiça a extradição de Eduardo Tagliaferro, seu ex-assessor no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que está na Itália. Tagliaferro foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por vazar conversas sigilosas com o objetivo de minar a credibilidade do STF e do TSE.
O ex-assessor foi acusado dos crimes de violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigação penal e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Após o início das investigações, Tagliaferro foi exonerado e deixou o Brasil, indo para a Itália, onde vive atualmente.
Vazamento e denúncia da PGR
O vazamento, divulgado pelo jornal Folha de S. Paulo em 2024, expôs conversas sobre pedidos de Moraes para relatórios sobre alvos de inquéritos de ataques ao Supremo e disseminação de fake news. Segundo o procurador-geral Paulo Gonet, o vazamento foi uma “estratégia para incitar a prática de atos antidemocráticos e tentar desestabilizar as instituições republicanas”.
Em depoimento, Tagliaferro tentou justificar o vazamento, mas a Polícia Federal (PF) obteve mensagens em um de seus celulares que mostram que ele admitiu o crime e planejava não ser identificado. A denúncia da PGR também menciona que Tagliaferro, em uma entrevista recente na Itália, ameaçou revelar mais informações sigilosas e lançou uma campanha de arrecadação de fundos para financiar seu intento, o que, segundo Gonet, comprova sua adesão a uma organização criminosa que busca desestabilizar as instituições brasileiras.

