As emissões de metano (CH4) no Brasil aumentaram 6% em 2023, alcançando 20,8 milhões de toneladas. Os dados, divulgados nesta quarta-feira (27) pela rede Observatório do Clima (OC), mostram que o país superou as 19,6 milhões de toneladas emitidas em 2020, falhando em cumprir sua própria meta climática.
O metano é um gás de efeito estufa com potencial de aquecimento global 28 vezes maior que o do gás carbônico (CO2) em um período de 100 anos, apesar de sua vida útil mais curta na atmosfera.
Agropecuária é principal fonte
A agropecuária continua sendo a maior responsável pelas emissões de metano no Brasil, gerando 15,7 milhões de toneladas em 2023, o que representa cerca de 75% do total nacional. A principal fonte é a fermentação entérica do gado, popularmente conhecida como “arroto do boi”.
O Observatório do Clima destaca que o Brasil é o quinto maior emissor de metano do mundo, ficando atrás apenas de China, Estados Unidos, Índia e Rússia. Apesar de ter aderido ao Compromisso Global do Metano na COP 26, em Glasgow, que prevê a redução de 30% nas emissões globais até 2030 (em relação a 2020), o país, assim como outros grandes emissores, não tem feito avanços significativos para cumprir o acordo.
A falta de ações concretas na redução das emissões de metano coloca em xeque a credibilidade do Brasil em seus compromissos internacionais e reforça a necessidade de políticas públicas mais eficazes para o setor agropecuário e outras fontes de emissão.

