O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (FBCB) abriu sua 58ª edição na noite desta sexta-feira (12), em uma celebração que marca os 60 anos da mais tradicional mostra de cinema do país. A abertura, que contou com a exibição do longa “O Agente Secreto”, candidato brasileiro ao Oscar, deu o tom de uma edição especial, considerada a maior da história do festival.
“Esses 60 anos são marcantes, o Festival de Brasília tem uma influência muito grande no cinema brasileiro, desde o Cinema Novo. É motivo de muito orgulho, uma edição especialíssima”, destacou o secretário de Cultura e Economia Criativa, Claudio Abrantes.
Descentralização e aposta em novos formatos
A edição de 2025, com nove dias de programação, inova ao descentralizar suas exibições. Além da tradicional casa, o Cine Brasília, as sessões também acontecerão em Planaltina, Gama e Ceilândia. A medida permite que o público desses locais participe da votação do júri popular. “A gente está com a programação do Festivalzinho, da Mostra Brasil e da Mostra Competitiva Nacional descentralizada para todo mundo poder assistir o filme e se envolver nessa dinâmica de premiar a obra mais aclamada pelo público”, explicou Sara Rocha, diretora-geral do FBCB.
A programação inclui, ainda, debates, oficinas, shows e uma feira de artesanato, transformando o evento em um polo cultural.
“O Agente Secreto” e o renascimento do cinema brasileiro
O filme de abertura, do aclamado cineasta Kleber Mendonça Filho, chegou a Brasília após conquistar dois prêmios no Festival de Cannes. “O cinema brasileiro hoje está em um período muito fértil, todo o mundo está vendo e isso é muito prazeroso, esse reconhecimento é muito bom”, ressaltou a atriz Maria Fernanda Cândido, que também participou da celebração.
O diretor Kleber Mendonça Filho elogiou a experiência de exibir seu filme em um de seus cinemas favoritos no mundo. “Exibir aqui é sensacional, é um dos meus cinemas preferidos no mundo”, disse, emocionado com a recepção do público.
Homenagens e o futuro do Cine Brasília
A edição celebra o legado de nomes importantes do audiovisual. A atriz Fernanda Montenegro, que completa 80 anos de carreira, é a grande homenageada, assim como o cineasta Vladimir Carvalho, que dá nome à sala de exibições do Cine Brasília.
Além de sua relevância histórica como o único cinema de rua do DF e a maior sala de cinema em atividade no Brasil, o Cine Brasília se prepara para o futuro. O secretário de Cultura, Claudio Abrantes, anunciou que já estão em andamento os trâmites para a construção de um anexo, que fazia parte do projeto original de Oscar Niemeyer e poderá abrigar o acervo de Vladimir Carvalho.

