O Distrito Federal enfrenta um período crítico de poluição atmosférica, com mais de 100 dias sem chuva e temperaturas acima de 35ºC. Um monitoramento da Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), realizado em maio e junho, identificou níveis de material particulado (MP10 e MP2,5) que ultrapassam os limites recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em regiões como Fercal e Jardim Zoológico. Em alguns pontos, as concentrações chegaram a mais de 100 µg/m³.
A gerente de Vigilância Ambiental da SES-DF, Andressa do Nascimento, alertou que o MP2,5, um “coquetel tóxico” invisível, é o poluente mais preocupante. Por ser 30 vezes mais fino que um fio de cabelo, ele penetra profundamente nos pulmões e na corrente sanguínea, elevando os riscos de doenças respiratórias, cardiovasculares e até de mortes prematuras.
Impacto na saúde e grupos de risco
A poluição do ar tem um impacto direto no número de internações hospitalares no DF. O estudo aponta que, durante a estiagem, há um crescimento nas ocorrências de doenças cardiovasculares em idosos acima de 60 anos, e de agravos respiratórios em crianças menores de 5 anos.
A presença do MP2,5, formado por partículas de combustíveis, cinzas de queimadas e fuligem, se intensifica no período de seca. Diante desse cenário, a SES-DF recomenda à população mais vulnerável, como crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas, que evitem atividades físicas ao ar livre.
Recomendações e alerta
A hidratação constante é fundamental para prevenir sintomas como dor de cabeça e irritação nos olhos. A especialista reforça a importância de beber entre dois e três litros de água por dia.
A SES-DF destaca que a integração entre a Vigilância Ambiental e os serviços de saúde é essencial para reduzir os impactos da poluição, e reforça a necessidade de campanhas educativas e de medidas estruturais para diminuir as emissões.

