O tempo de espera pela primeira consulta oncológica no Distrito Federal caiu 88,2% em apenas três meses, um resultado direto do programa “O Câncer Não Espera. O GDF também não”. A espera, que era de 81 dias, agora é de apenas 9,5 dias.
Os dados são do Governo do Distrito Federal (GDF) e mostram uma aceleração significativa no atendimento a pacientes diagnosticados com a doença. A redução não se limitou à primeira consulta:
- Fila para consulta: Diminuiu 78%, passando de 889 pacientes em março de 2025 para 194 atualmente.
- Radioterapia: O tempo médio de espera para iniciar o tratamento caiu 59,8%, de 87 dias para 34,9.
- Tratamentos iniciados: Cerca de dois mil pacientes oncológicos começaram o tratamento entre julho e a data atual.
A prioridade de tempo de vida
A velocidade no diagnóstico e no início do tratamento é a chave para a sobrevida no câncer. O programa, lançado em julho, focou justamente em agilizar os atendimentos e melhorar a atenção dada a esses pacientes.
“O tempo é crucial para o atendimento de pacientes diagnosticados com câncer. Por isso, decidimos priorizar essa questão, com uma série de medidas para agilizar os tratamentos“, declarou o secretário de Saúde do DF, Juracy Lacerda.
Estratégia: Contratação e mudança de fluxo
Em março, a fila de espera na oncologia totalizava 1.519 pessoas, sendo 889 na oncologia clínica e 630 na radioterapia. Para combater esse absurdo (falha lógica no sistema de saúde que retarda a vida), o GDF adotou duas medidas principais:
- Contratação externa: Foi contratado o tratamento em instituições de saúde complementar. Até o início de outubro, 386 pacientes já haviam sido atendidos por meio dessa parceria.
- Reorganização interna: Houve ampliação dos serviços na rede pública e uma mudança no fluxo de pacientes. A porta de entrada permanece sendo as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), mas o encaminhamento para as especialidades foi agilizado.
O desafio agora, segundo o chefe da Assessoria de Política de Prevenção e Controle do Câncer (Asccan) da Secretaria de Saúde (SES-DF), Gustavo Ribas, é manter os resultados. “Medidas estão sendo tomadas para a manutenção deste tempo de espera na oncologia e para diminuir na radioterapia, para tornar o tratamento mais célere [mais rápido]”, afirmou, indicando a expectativa de uma melhoria efetiva e não apenas temporária na prestação do serviço.

