A Escola Classe 54 de Taguatinga foi palco, na manhã desta terça-feira (4), da formatura de 91 estudantes do 5º ano do ensino fundamental que concluíram o Projeto Guardiões Ambientais. A cerimônia marcou o fim do 2º ciclo de 2025 e celebrou a formação da Turma Tingui, nome que homenageia uma ave típica do Cerrado.
A iniciativa é realizada pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), por meio do Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA) e do Programa de Educação Ambiental Lobo-Guará (PREALG). Durante o curso, os alunos participaram de atividades educativas voltadas à preservação ambiental, adquirindo conhecimentos sobre sustentabilidade, responsabilidade e respeito pela natureza.
O que os Guardiões Ambientais aprendem
O projeto não é apenas sobre plantar árvores ou separar lixo — embora isso também entre na conta. A ideia é formar crianças conscientes, capazes de entender que cada ação tem impacto no ambiente. E que o Cerrado, bioma que cobre boa parte do DF, não é um cenário de fundo, mas um ecossistema vivo que precisa de cuidado.
As atividades incluem conceitos de sustentabilidade, responsabilidade socioambiental e respeito à natureza. Os alunos aprendem na prática e levam o conhecimento para casa, influenciando o comportamento de familiares e vizinhos. É o que se chama de efeito multiplicador: uma criança educada ambientalmente pode transformar os hábitos de toda uma família.
Prevenção primária de crimes ambientais
O Projeto Guardiões Ambientais integra as ações do Programa Lobo-Guará, desenvolvido em parceria com escolas públicas do Distrito Federal. O objetivo é promover a conscientização ambiental e a prevenção primária de crimes ambientais, conforme os princípios da Lei nº 9.605/98 (Lei dos Crimes Ambientais).
Prevenção primária significa atuar antes que o problema aconteça. Em vez de apenas punir quem desmata, polui ou caça ilegalmente, o programa busca formar cidadãos que não vão cometer esses crimes. E isso começa na infância, quando os valores ainda estão sendo construídos.
A Lei dos Crimes Ambientais prevê punições para quem causa danos à fauna, à flora, aos recursos hídricos e ao meio ambiente de forma geral. Mas o ideal é que as pessoas não cometam essas infrações porque entendem a importância de preservar, não porque têm medo da multa ou da prisão.
Compromisso coletivo
A iniciativa busca despertar nas crianças o senso de responsabilidade socioambiental, incentivando práticas sustentáveis no convívio familiar e comunitário. A ideia é que os alunos se tornem agentes de mudança, levando para casa e para o bairro o que aprenderam na escola.
Além disso, o projeto fortalece o compromisso coletivo com a preservação dos recursos naturais do Distrito Federal. O DF já perdeu grande parte do Cerrado original, e o que resta precisa de proteção. Formar uma geração que valoriza o bioma é investir no futuro — porque essas crianças serão os adultos que vão decidir os rumos da gestão ambiental nas próximas décadas.
Turma Tingui
O nome da turma homenageia o tingui, uma ave pequena e vistosa que habita o Cerrado. A escolha não é aleatória: cada turma do projeto recebe o nome de um animal ou planta do bioma, reforçando a conexão entre os estudantes e a biodiversidade local.
É uma forma simbólica de dizer: vocês são parte disso. O Cerrado não é algo distante, não é só matéria de geografia. É o ambiente onde essas crianças vivem, brincam, respiram. E cuidar dele é cuidar de si mesmo.

