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Médicos alertam

Beber álcool em excesso pode afetar gravemente a saúde cardiovascular

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Foto/Imagem: Freepik


Considerada uma doença crônica pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o alcoolismo é a dependência do indivíduo ao álcool. Segundo a referência da OMS, é considerado alcoólatra aquele que consome, diariamente, 20 miligramas ou mais da substância. Quando o uso é contínuo, descontrolado e progressivo há chances graves de comprometer seriamente o bom funcionamento do organismo, levando a consequências, por vezes, irreversíveis. Para conscientizar os brasileiros sobre o consumo excessivo de álcool e os males que a prática pode ocasionar, o dia 18 de fevereiro foi definido como Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo.

Entre os vários órgãos afetados pelo consumo excessivo de bebida alcoólica está o coração. Embora o consumo racional de álcool possa não aumentar a chance de doenças cardiovasculares, o excesso tem consequências graves, como por exemplo, o aumento da pressão arterial, a possibilidade de desencadear um infarto ou AVC (Acidente Vascular Cerebral), entre outras questões que comprometem a saúde cardiovascular.

Muitos dos males que o álcool causa ao coração estão relacionados à miocardiopatia alcoólica, dano causado às células musculares cardíacas quando se ingere bebidas em grandes quantidades e em um curto espaço de tempo. “Além disso, também já foi observado o enrijecimento das artérias que distribuem o sangue pelo organismo. Quadros como esses podem ocasionar infartos e até mortes súbitas. É importante ficar atento”, conforme explica o cardiologista eletrofisiologista do Instituto do Coração de Taguatinga (ICTCor), José Sobral Neto.

As arritmias são doenças que também podem ser ocasionadas pelo hábito de consumir bebidas alcoólicas em quantidades elevadas. Há, inclusive, já descrita a “Holiday Heart Syndrome”, ou “Síndrome do Coração Pós-Feriado”, que é a ingestão aguda de álcool, desencadeando arritmia e até mesmo fibrilação atrial. O tema se tornou de conhecimento público em 1978, quando um pequeno estudo correlacionou a ocorrência de uma alteração do ritmo cardíaco (mais comum taquiarritmia supraventricular) com o consumo importante de álcool em uma pessoa sem evidências de doença cardíaca.

“O consumo abusivo de bebidas alcoólicas altera muito o ritmo dos batimentos cardíacos. Caso oscile demais, pode ocasionar até uma parada cardíaca”, pontua o especialista.

Isolamento Social pode ser agravante

À medida que os meses passam, as consequências do isolamento social imposto à população devido à pandemia causada pelo novo coronavírus aparecem com mais clareza. O uso excessivo do álcool é um deles. Uma pesquisa publicada em 2020 pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), revelou que 35% dos entrevistados, com idades entre 30 e 39 anos, relataram aumento na frequência do uso de álcool. Outro estudo realizado pela Fiocruz, também apontou o crescimento na ingestão. Em paralelo a este aumento, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) também alertou, após pesquisas, que as mortes em casa por problemas cardíacos aumentaram em 30%. Apesar de não ter relação direta entre os textos científicos, o cardiologista José Sobral ressalta que os números refletem as consequências de um uso desenfreado.

“É fato que o álcool afeta o coração. Claro que não estamos falando da pessoa que toma uma taça de vinho aos fins de semana, ou uma cerveja em um churrasco com a família, mas sim, daquela pessoa que faz da bebida sua companhia diária. Ao longo da vida, certamente esse indivíduo irá desenvolver uma série de problemas e, entre eles, também estão as doenças cardiovasculares. É algo que quando não controlado, vai ter seu preço lá na frente”, aponta.

Para a psicóloga, também do corpo clínico do ICTCor, Marianna Cruz, o ano marcado pela pandemia trouxe muitos desafios, necessidade de mudanças, e certamente, para algumas pessoas, estas mudanças podem ter contribuído para alterações emocionais significativas, como sentimentos de insegurança, ansiedade e depressão. O que pode ter relação com o consumo excessivo da substância em questão.

A profissional alerta que é preciso ter cautela para não fazer julgamentos e generalizar aspectos subjetivos do ser humano, no entanto, todo momento de grandes mudanças e desafios exigem uma demanda emocional de conexão pessoal e administração das emoções.

“O contexto limitante de estar em casa, sem momentos de lazer, longe de amigos e familiares, além do sentimento de insegurança coletiva, obrigou o indivíduo a olhar para si mesmo e para as suas próprias questões internas. E infelizmente, o ser humano não foi educado a ter esses momentos de introspecção e autorreflexão ao longo da vida. Pelo contrário, de forma geral, ele foi ensinado a não entrar em contato, a não valorizar o que sente”, pontua.

A psicóloga também ressalta que o isolamento social se reflete de formas diferentes nas pessoas. Há quem aproveite o momento para focar no autocuidado, seja com exercícios físicos, atenção à alimentação, estudos, cuidado com a espiritualidade e investimento na saúde emocional, enquanto outras pessoas focam em momentos de lazer e relaxamento, muitas vezes acompanhados por hábitos nocivos, com o objetivo de esquecer os problemas e preocupações. De acordo com Marianna Cruz, o mais importante é estar atento e consciente com os reais objetivos de vida para que as escolhas sejam coerentes.

“Cultivar hábitos de autocuidado, em diversos aspectos do ser humano, é essencial nesse processo, inclusive de fortalecimento emocional. Contudo, a pessoa precisa compreender que ter uma ajuda profissional pode vir a ser necessária, principalmente em casos em que a pessoa não consegue ter esta autogestão sozinha. É fundamental que as pessoas também busquem e invistam em seu desenvolvimento pessoal, o que engloba a satisfação em seus relacionamentos interpessoais, autoconhecimento, autoestima, e a melhoria da administração das suas emoções. Por isso, principalmente neste momento em que vivemos de pandemia, a psicoterapia é extremamente indicada”, destaca Marianna.

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Centro Especializado em Diabetes no DF combate obesidade infantil

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Foto/Imagem: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF

Uma história de superação e dedicação que merece ser celebrada! Aos sete anos, Miguel já enfrentava o sobrepeso e o preocupante risco de desenvolver diabetes, uma realidade que acendeu um alerta para sua família. Graças ao acompanhamento especializado no Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) e, posteriormente, no Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão Arterial (Cedoh), Miguel, agora com nove anos, vive uma verdadeira transformação. Seus resultados são visíveis: mais disposição, uma alimentação muito mais equilibrada e um novo e saudável olhar sobre a vida.

A gente reorganizou a alimentação em casa, introduziu atividades físicas e, com o apoio da equipe, conseguimos evitar que ele precisasse de medicação. A glicemia dele caiu bastante, e o risco de diabetes diminuiu. Foi uma transformação que envolveu toda a família”, compartilha Valdizia Apolinário, 41, mãe de Miguel, com um orgulho que irradia esperança.

A história de Miguel ressalta a urgência e a importância de iniciativas como a do Cedoh. Celebrado no início deste mês (3), o Dia de Conscientização contra a Obesidade Infantil chama a atenção para os graves riscos do excesso de peso na infância e reforça a necessidade de bons hábitos desde cedo. No Distrito Federal, os números são um alerta: uma em cada dez crianças está acima do peso, conforme o último Boletim de Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN) do Ministério da Saúde.

Para lidar com os casos mais graves de obesidade infantil, o Cedoh se destaca por oferecer um atendimento multidisciplinar de excelência a crianças e jovens de todas as regiões de saúde do DF, por meio do seu Programa de Obesidade Infantil e do Adolescente. Miguel é um exemplo do sucesso dessa abordagem, sendo acompanhado por uma equipe dedicada de endocrinopediatra, nutricionista, psicóloga e terapeuta ocupacional.

Durante o tratamento, as crianças participam de oficinas educativas lúdicas e eficazes sobre alimentação saudável, a importância da prática de atividades físicas, a organização da rotina familiar e a saúde emocional. “O que me encantou foi a forma como eles falam direto com as crianças. É um trabalho sensível e muito próximo. Um verdadeiro achado na nossa rede”, elogia Valdizia, destacando a singularidade e a qualidade do atendimento.

Camila Pessoa, nutricionista do Cedoh, reforça que a obesidade infantil é uma doença crônica, multifatorial e, infelizmente, ainda pouco reconhecida pelas famílias em toda a sua seriedade. “Muitos pacientes já chegam ao centro com comorbidades, como diabetes e hipertensão. A importância da data, portanto, está em conscientizar pais e responsáveis a agir antes que o quadro se agrave”, explica a profissional, sublinhando o papel crucial da prevenção.

A especialista alerta que o excesso de peso na infância não é apenas uma questão estética, podendo desencadear mais de 200 doenças, problemas cardíacos e distúrbios osteomusculares. “Essas complicações surgem cada vez mais cedo e tornam o tratamento ainda mais complexo. A prevenção é o melhor caminho”, ressalta.

Além dos impactos físicos, os efeitos emocionais podem ser devastadores. “Fatores como preconceito com a aparência e bullying afetam a autoestima e podem desencadear compulsão alimentar, ansiedade e depressão. O acompanhamento psicológico é essencial para romper esse ciclo”, argumenta a psicóloga do Cedoh, Caroline Yonaha.

Na rede pública, quando uma criança ou adolescente é identificado com obesidade em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), ele é inserido no Sistema de Regulação para receber o encaminhamento adequado, garantindo que o cuidado especializado esteja ao alcance de todos. Iniciativas como a do Cedoh são faróis de esperança, mostrando que é possível reverter o quadro e construir um futuro mais saudável para as novas gerações.

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saúde

Junho Vermelho reforça doação de sangue em Brasília e alerta para estoques críticos

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Foto/Imagem: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

No mês que celebra o amor, um gesto pode salvar vidas: doar sangue. Em meio à campanha Junho Vermelho, Brasília se une ao movimento nacional para incentivar a solidariedade e fortalecer os estoques do Hemocentro, especialmente os de tipos sanguíneos negativos, atualmente em níveis críticos.

Até o dia 30, quem tem sangue dos tipos O-, A-, B- ou AB- poderá doar sem agendamento prévio, com atendimento preferencial na unidade. A estratégia visa ampliar o número de doadores em um período de queda nos estoques, típico do início do inverno — época em que infecções respiratórias tornam muitas pessoas temporariamente inaptas para a doação.

Queremos garantir que 100% da demanda transfusional dos hospitais seja atendida”, afirma Kelly Barbi, gerente de Captação de Doadores da Fundação Hemocentro. Ela reforça que o Junho Vermelho não é apenas uma campanha pontual, mas um convite à criação do hábito da doação. “Doar sangue deve fazer parte da rotina, como ir ao mercado ou à farmácia.

Segundo as regras atuais, homens podem doar a cada dois meses (até quatro vezes por ano) e mulheres a cada três meses (até três vezes por ano). Para doar, é necessário estar em boas condições de saúde, pesar ao menos 51 quilos, estar alimentado, hidratado e apresentar documento oficial com foto. Sintomas como dor de cabeça ou mal-estar impedem temporariamente a doação, por segurança.

A campanha já inspira novos doadores, como a assistente administrativa Verônica Góes, de 44 anos, que fez sua primeira doação nesta semana. “Hoje talvez eu não precise, mas alguém sim. E no futuro, pode ser eu ou alguém que amo”, compartilhou.

Para a servidora Maria Gabryella de Oliveira, de 29 anos, doar é um compromisso pessoal. “Sempre que posso, vou ao Hemocentro. Muitas vezes é questão de vida ou morte para quem está no hospital”, reforça. Já o servidor Bruno Vidal, de 39, soma mais de dez doações: “Não sou médico, mas posso ajudar de um jeito simples. Isso faz a diferença.

O Hemocentro de Brasília funciona de segunda a sábado, das 7h15 às 18h, sem pausa para o almoço. As doações podem ser agendadas pelo site Agenda DF ou pela Central 160 (opção 2). Porém, quem optar por chegar espontaneamente também será atendido — uma alternativa importante, já que metade dos agendamentos não são cumpridos.

Neste Junho Vermelho, colocar a solidariedade na agenda pode ser o gesto que salva uma vida.

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