A Polícia Federal (PF), em ação conjunta com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), deflagrou a Operação R1 para desarticular uma organização criminosa que tentou fraudar o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed) de 2025, realizado no último domingo.
Em medicina, “R1” refere-se ao primeiro ano de atuação do médico como residente. A fraude seria lucrativa: segundo a PF, cada candidato pagaria R$ 140 mil aos operadores do esquema caso fosse aprovado na residência médica.
As investigações apontaram que o grupo criminoso planejava fraudar a prova de duas formas:
- Dispositivos Eletrônicos: Transferência de respostas corretas aos candidatos por meio de equipamentos eletrônicos de transmissão de dados.
- Uso de “Laranjas”: Indivíduos fariam o exame no lugar dos candidatos, valendo-se do uso de documentos falsos.
Durante a operação, a PF realizou oito prisões em flagrante. Cinco pessoas que participavam do exame — quatro homens e uma mulher — foram presas com os equipamentos de transmissão de dados.
Simultaneamente, em um hotel na cidade de Juiz de Fora (MG), a Polícia Federal prendeu os outros três homens responsáveis por transmitir as respostas por meio de pontos eletrônicos.
Os oito envolvidos foram conduzidos à delegacia de Juiz de Fora para depoimento, encaminhados ao sistema prisional e estão à disposição da Justiça. Eles poderão ser responsabilizados pelos crimes de fraude em certames de interesse público, associação criminosa e falsidade ideológica.
O Enamed é o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica, cujo objetivo é avaliar de forma unificada a formação médica no Brasil. Pela primeira vez, os resultados do Enamed poderão ser usados para acesso a programas de residência médica, por meio do Exame Nacional de Residência (Enare).
Os dispositivos eletrônicos apreendidos serão submetidos à perícia federal.

