Neste 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, a Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF) destaca o avanço em políticas estruturantes de igualdade racial no último ano. A pasta, responsável pelas políticas para a população negra no DF, ampliou iniciativas que impactam educação, saúde, cultura, esporte e gestão pública.
Letramento racial: Mais de 3 mil capacitados
O Programa de Letramento Racial, criado em novembro de 2024, consolidou-se em 2025 como a principal frente de formação da Sejus. Em apenas um ano, o programa capacitou mais de 3 mil pessoas em mais de 50 ações, alcançando escolas públicas, órgãos do GDF, universidades e instituições privadas.
O programa é voltado para servidores, educadores, estudantes e lideranças, estimulando práticas antirracistas a partir do entendimento do racismo estrutural e suas manifestações cotidianas.
A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, reforça que o combate ao racismo é “diário, estruturado e precisa estar presente nas políticas públicas e na vida cotidiana”.
Respostas institucionais: Protocolos inéditos
O trabalho de letramento embasou a criação de protocolos institucionais inéditos no Distrito Federal em 2025:
- Protocolo de Combate ao Racismo em Estádios: Elaborado em parceria com a CBF, dentro da campanha Cartão Vermelho para o Racismo.
- Protocolo de Enfrentamento ao Racismo em Eventos Culturais: Desenvolvido junto à Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF).
Ambos estabelecem diretrizes de prevenção, acolhimento às vítimas, formação de equipes e articulação com órgãos de segurança, visando tornar estádios e eventos mais seguros e acolhedores.
A campanha Cartão Vermelho para o Racismo, lançada em maio de 2025, ganhou repercussão nacional por meio de atos simbólicos nos estádios, alertando que práticas racistas não serão toleradas.
Cotas e saúde: Avanços estruturantes
Entre as conquistas estruturantes da Sejus está a implementação efetiva de cotas raciais no serviço público do DF:
- 20% das vagas para estagiários negros na administração pública.
- 20% das vagas reservadas em concursos públicos do DF para candidatos negros.
Essas medidas ampliam a representatividade negra em espaços de decisão e fortalecem trajetórias profissionais.
No campo da saúde, a Sejus firmou parceria com o governo da Espanha para o projeto Conectando Saúde e Inclusão, que recebeu 200 mil euros para desenvolver tecnologias e políticas públicas voltadas à população negra. Outra entrega importante foi o lançamento da Cartilha de Saúde da Mulher Negra, que reúne orientações sobre autocuidado, saúde reprodutiva, e combate ao racismo institucional e à violência obstétrica.

